Nas fronteiras entre o Brasil, Venezuela e a Guiana existem montanhas únicas no planeta, formadas há milhões de anos. Os tepuis, como são chamadas pelos índios, são imensos platôs com 3 mil metros de altitude. Lá o tempo não existe. O que existem são lendas e mistérios encobertos pela neblina que envolve os tepuis, assustando e fascinando homens há tempos. Esse clima de mistério levou o escritor inglês Conan Doyte, o criador de Sherlock Homes, a escrever a ficção "O Mundo Perdido".
O Monte Roraima, um dos pontos culminantes do Brasil com 2.875m, é a morada do Deus Macunaíma, segundo a lenda dos índios caribés para explicar sua formação e a diversidade de ecossistemas das savanas amazônicas. Para protegê-lo foi criado em 1989 o Parque Nacional do Monte Roraima abrigando 116.000 hectares.
Aspectos culturais e históricos
Antes da criação do Parque já existia uma área indígena nas terras ao redor, que se denomina Ingaricó. O Monte Roraima é considerado pelos indígenas venezuelanos (Pémons) e brasileiros (Ingaricó e Macuxi) como "A Casa de Macunaima"; os Pémons ainda o chamam de "Madre de todas las Águas".
O primeiro homem branco a conhecer o Monte Roraima foi o inglês Sir Walter Raleigh que no final do século XVI, estando em busca de tesouros, embrenhou-se pelas Antilhas e cruzou a floresta na região da Guiana.
Raleigh teria chegado apenas à base do Monte. Mesmo assim coletou material suficiente para escrever a obra que denominaria Montanha de Cristal. Mais tarde, chegaria lá outro inglês, o botânicao Everard Im Thum. Este sim, subiu ao cume do Morro e deixou relatórios detalhados de sua expedição, que além de serem publicados na National Geografic, inspiraram o escritor Conan Doyle a escrever "O Mundo Perdido", publicado no início deste século.
Aspectos Naturais
O Monte Roraima faz parte do Maciço Paracaíma, que começou a surgir há cerca de 1,8 bilhões de anos. A área do parque é toda coberta por formações de Floresta Amazônica abrigando uma grande diversidade de fauna e flora.
O mais interessante é que no parque existem várias espécies endêmicas. Flores e bromélia incrementam ainda mais a paisagem da região e devido a sua recente criação, ainda não há um completo levantamento da fauna e flora do local.
Clima
O clima da região é tropical quente e úmido, com temperatura média anual entre 24°C e 26°C. A época menos chuvosa, em que as trilhas ficam melhores, vai de dezembro a março. Nos períodos chuvosos, a viagem se torna uma grande aventura, mas em compensação as cachoeiras formadas nos tepuis ficam espetaculares. Em qualquer época, faz frio à noite em cima do platô.
Atrações
Espécies vegetais exóticas, algumas endêmicas da região, integram a paisagem já curiosa pelas estranhas formações rochosas que lembram dinossauros. Esse cenário povoou o imaginário dos rimeiros conquistadores do Roraima, com lendas e medos. Eles acreditavam que ali viviam monstros e dinossauros.
Um grande espetáculo são as cachoeiras que despencam dos temuis. Uma delas, o Salto Angel, é a maior queda d´água do mundo com 979 metros. Devido às constantes chuvas, a região possui inúmeras pequenas lagoas e rios, como o Cotingo. O parque não está aberto à visitação pública.
Infra-estrutura
O parque não possui infra-estrutura. Quem quiser se aventurar pelo Monte Roraima só tem a opção de acampar. Próximo ao parque, a cidade com melhor infra-estrutura é Boa Vista.
Objetivos específicos da unidade
Proteger amostras dos ecossistemas da Serra Pacaraíma, assegurando a preservação de sua flora, fauna e demais recursos naturais, características geológicas, geomorfológicas e cênicas, proporcionando oportunidades controladas para visitação, educação e pesquisa científica.
Decreto e data de criação
Foi criado pelo Decreto n° 97.887 de 28.06.1989.
Endereço para correspondência
Av. Panamericana, s/n
69345-000 - Pacaraíma - RR
Fone: (95) 592-1085
Fax: (95) 592-1207
E-mail: ponciano@supes_rr.ibama.gov.br