Segundo a empresa, que recebeu a permissão para a compra e venda de eletricidade nos Estados Unidos, a nova tecnologia reduziria os custos desse tipo de energia pela metade e seria mais um passo em busca de fontes alternativas ao carvão.
No começo deste ano o Google, através de uma entrevista do seu diretor de energias alternativas, Bill Weihl, para o New York Times, divulgou que sua mais nova ambição era desenvolver fontes renováveis de eletricidade que fossem mais limpas e mais baratas que o carvão.
Com todo o poderio financeiro acumulado durante anos como uma das mais bem sucedidas empresas da Internet, muitos acreditam que o Google seja mesmo capaz de realizar este feito. Reforçando essa impressão, a empresa acaba de anunciar o desenvolvimento de uma nova tecnologia de geração elétrica que tornaria em até 50% mais barata a produção de sistemas solares para a geração termal de energia.
A tecnologia termal solar para a produção de eletricidade funciona utilizando o sol para aquecer uma substância até que ela se transforme em vapor e então faça girar uma turbina. Espelhos são usados para captar e direcionar os raios solares para essa substância.
O Google anunciou nesta sexta-feira (26) que encontrou novos materiais para serem utilizados na superfície dos espelhos e na própria estrutura na qual eles são montados que poderão em breve baratear o custo dessa energia em até 50%.
Segundo Weihl, se o desenvolvimento e os testes prosseguirem bem, essa nova tecnologia estará pronta para o mercado em no máximo três anos. “Estamos progredindo, já temos um protótipo que funciona em ambientes internos de testes. Temos uma boa chance de que em poucos anos poderemos reduzir pela metade os custos da energia solar termal”, declarou o executivo à Reuters.
Mais barato que carvão
O Google estabeleceu como seu Santo Graal a busca por uma fonte alternativa de energia que tenha um custo-benefício melhor que a do carvão, que é ainda a principal fonte de eletricidade em países como Estados Unidos, China e Austrália. As termoelétricas movidas a carvão são apontadas como as principais vilãs das emissões de gases do efeito estufa no planeta e são grandes catalisadoras das mudanças climáticas.
Para alcançar este objetivo, a empresa vem investindo milhões todos os anos em projetos solares, geotermais e eólicos. Mas, obviamente, não faz isso apenas por questões ecológicas. O Google possui milhares de servidores que precisam de muita energia para funcionar e é do interesse da empresa ter uma energia elétrica mais barata ou quem sabe produzida por ela própria.
A Comissão Federal Regulatória de Energia dos Estados Unidos (FERC) concedeu em fevereiro ao Google o direito de operar como comprador e vendedor de energia no país. Com isso, a empresa pode buscar a própria independência energética e baratear em muito seus custos de funcionamento.
Segundo a porta-voz da companhia, Niki Fenwick, o Google não tem planos de vender energia em curto prazo. “Nós tivemos essa iniciativa para que possamos ter mais flexibilidade para procurar energia para as nossas operações. Assim poderemos incluir mais fontes renováveis ao nosso portfólio”, explicou Fenwick.
Um dos objetivos finais da companhia seria atingir a neutralidade de carbono, ou seja, não emitir mais carbono do que seus projetos ambientais são capazes de absorver. Para isso, o Google além de investir em novas fontes de energia, adota outras soluções mais “peculiares”, como o uso de bodes para aparar a grama de suas instalações no lugar dos tradicionais cortadores. Ninguém duvida de que alcancem essa meta, criatividade e dinheiro eles parecem ter de sobra para isso.
*Imagem: Usina termal solar instalada em Israel. Fonte: Desertec
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