Transcrevo aqui alguns trechos de relatos que pesquisando encontrei referente à nossa memória ferroviária sobre nossas Estações de  Brotas e Espraiado, este documento esta inserido no portal www.estacoesferroviarias.com.br de autoria do Sr. RALPH MENNUCCI GIESBRECHT que parabenizo pela iniciativa e pioneirismo, “pois precisamos preservar nossas memórias são elas que constroem nosso FUTURO”.



A ESTAÇÃO DE BROTAS: Em 1929, uma retificação do trecho Itirapina-Jaú deslocou a linha do ramal de Jaú para o leito atual, e a nova estação de Brotas, a terceira desde 1885 em um ponto diferente, foi construída fora da cidade, nos limites da zona urbana. A Paulista, desta vez, construiu uma rua pavimentada para atingir a estação. Essa foi a terceira estação da cidade, em três pontos diferentes. Em 1941, a abertura dos trilhos de bitola larga e da eletrificação da linha que agora chegava diretamente a Bauru sem mudança de linha aumentou o movimento da estação. Esteve em estado de abandono durante muitos anos. Recentemente foi reformada pela Prefeitura. "Eu gostava mais de ir a Brotas antigamente. “Eu passei a minha infância indo e vindo de São Paulo para lá, sempre de trem, isto no fim dos anos 50, e durante os 60. Era tudo muito diferente. A gente descia na estação, ainda bem cuidada, e tomava aqueles táxis, na maioria Fordinhos 1929, ainda muito comuns no interior nessa época. O taxi que mais nos levava era de um senhor chamado Miguel Osti. Dali íamos para a fazenda Três Saltos, da família. Cruzávamos a cidade e daí pegávamos a estrada, de terra, cheia de curvas e estreita, no meio do mato. Era lindo, não tinha a estrada de asfalto que tem hoje e vai para Jaú. Tudo mudou, não tem mais graça..." (Andreas José de Albuquerque Schmidt, julho/2000).


Hoje (2006), a estação serve como escritório e o armazém, como depósito, tudo da Prefeitura.



ESPRAIADO: A estação de Espraiado, aberta em 1896, foi substituída pela atual, em 1931, durante a retificação da linha. Esta estação foi construída sobre um enorme aterro, até hoje conhecido por ter sido uma obra monumental para a época. Fica à margem esquerda da estrada que liga o centro de Brotas a Torrinha. Um senhor - "Zé Portador", ex-funcionário da Paulista - ali morava e cuidava da estação, mantendo-a e impedindo que ela fosse saqueada e destruída, com a ajuda de seus cachorros. Segundo ele conta, com lágrimas correndo, ele presenciou a construção da estação, em 1931, bem como da subestação perto. perto. Em 18/2/2007, visitei a estação outra vez. O prédio está quase em ruínas. Zé Portador saiu de lá há cerca de 4-5 anos. Duas famílias moram na antiga casa do chefe, ao lado da estação. Eles contam que depois que ele saiu, tudo ficou abandonado. As janelas, portas e até o piso de madeira foram saqueados. Toda aberta, a velha estação está totalmente vulnerável. O armazém, fechado e ao seu lado, ainda está razoável. A casa do chefe, em bom estado. A cabine de comando está também saqueada. Não há mais nada além do que descrevi ali. As 4-5 casas que existiam além da do chefe foram demolidas. A segunda linha, debaixo de mato, impede que ali sejam feitos cruzamentos de trens. Os postes de eletrificação, de remoção muito difícil devido à profundidade em que suas bases estão enterradas, permanecem ali ao longo da linha, como um monumento à incompetência de quem acabou com a eletrificação na linha. O senhor que mora com a família afirma que está tentando a compra do terreno e das casas (estação, armazém, cabine de controle e casa do chefe). Enquanto conversamos na plataforma, junto à estação, chega um auto de linha com um reboque, vazio. O auto ainda mantém a inscrição e pintura da Fepasa, desaparecida já há 9 anos. Os dois ocupantes, que seguem para Itirapina, diz que são da empresa que faz a manutenção do trecho entre Itirapina e Ave Maria, para a ALL, atual concessionária do trecho. Param ali para bater papo, mesmo. Afirmam que no trecho podem correr até 120 km/hora, mas mantém uma média de 80 e em alguns pontos, muito menos, devido às condições da linha, passagem por vilas, etc. Ficam um pouco ali e partem. A cerca de 200 metros, mais afastado, no sentido sul, a velha subestação, depredada, e a ruína de algumas pequenas casas ferroviárias. Desta vez não tirei fotografias. Não estava com a máquina, mas, diante do que vi, nem tive vontade.

Precisamos preservar nossa memória, pois somente ela fará com que nossos filhos e netos resgatem estórias e historias de um passado, que não tão distante, ajude a construir um futuro também não tão distante.

Cassio José Dias Ferraz
e-mail: cassio.ferraz@globalconsulti.com.br










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